Derlon Almeida, a Poesia Visual do Cordel
Derlon Almeida de Lima, nasceu em 27 de março de 1985 na cidade de Recife, Pernambuco e é considerado hoje um dos maiores nomes da Arte Contemporânea do Brasil. Desenvolve uma arte urbana, onde a xilografia popular e a street art se mesclam. Ele conta uma história, ainda que essa história seja calada.
O traço de Derlon faz com que suas obras pareçam xilogravuras. Ele usa o pincel ou o spray, mesmo assim elas parecem ter sido feitas com a goiva gravando em relevo a superfície da madeira. Ele não tem matrizes, seu foco é a imagem gráfica.
As cores usadas na xilogravura popular ou cordel são básicamente primárias, ele se aproxima dessa estética não só no traço como também na composição das cores.
As obras de Derlon podem ser reconhecidas em vários lugares do mundo, por se remeterem à xilografia, suas figuras falam uma linguagem universal e são entendidas desde o Nordeste regionalista como também em um mundo globalizado cheio de ícones, cenários e ilustrações.
Espaço Brasil em Lisboa
Derlon ganha cada vez mais espaço no cenário europeu, o grafiteiro e artista plástico possui obras na França, Portugal, Holanda e no Reino Unido.
Pintura na fachada de um prédio de dez andares em Amsterdã, Holanda
Algum de seus trabalhos remetem ao imaginário medieval com seus seres, animais mitológicos, castelos, reis e rainhas. O baralho que é um jogo da Europa Medieval e cujos símbolos representavam a sociedade e a sua divisão entre o clero, nobreza, burguesia e camponeses se faz também presente na sua Arte.
Artur Fidalgo Galeria
Painel Artur Fidalgo Galeria
O mais novo projeto de Derlon:
Derlon no Ceará
“Quem acompanha o instagram do artista pernambucano Derlon deve estar percebendo que na última semana ele botou o pé na estrada pelo sertão do Ceará, pintando vários muros com a história de vida dos agricultores de algodãodo Semiárido brasileiro. Trata-se de uma residência artística, uma imersão do artista em meio ao Sertão Central. O projeto é uma parceria com a marca franco-brasileira de calçados Vert – e vai resultar num big projeto com projeção internacional. Pelo Sertão, Derlon tem como proposta pintar casa e muros de agricultores que fornecem o algodão. Esse período está sendo registrado pelas lentes do fotógrafo Pablo Saborido, e os registros expostos em maio, no formato de lambe-lambe, no Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Paris. O projeto se chama Ouro Branco e ainda vem com outra surpresa – uma coleção cápsula de tênis e mochilas com estampas criadas pelo grafiteiro (no melhor estilo xilogravura já tão conhecido por nós) disponível tanto no Brasil e no exterior a partir de maio. ” Texto de Sarah Falcão.
“O projeto Ouro Branco visa retratar e representar artisticamente a história das 72 famílias algodoeiras do sertão cearense que provém matéria prima para os tênis da marca franco-brasileira. Nos muros das casas, Derlon conta com seus traços característicos as histórias dessas famílias – sua luta pela dignidade, a conquista da terra, as primeiras moradias… E esse universo, retratado depois pelas lentes de Pablo Saborido, tendem a ganhar o mundo com amostra. Segundo Derlon, “o nome de Ouro Branco evoca, na forma de poesia visual, o valor e a riqueza que o algodão significa na região, além de ser, junto ao preto, um binômio essencial na paleta de cores da minha obra”. ” Texto de Sarah Falcão.
“Márcia e Maria, a que distribui esse sorriso-presente, vivem em uma casa com mais de cem anos. A menina perdeu o pai, assassinado poucos meses antes de ela nascer. Ao lado delas, um homem surge entre as nuvens e abraça seu lar. ” É Luiz Barbosa, um dos mais antigos agricultores de Riacho do Meio, mas pode ser visto como o homem que se foi” Derlon
Sagrada Igreja dos Agricultores de Riacho do Meio, Sertão do Ceará.