A Diversidade de Sonia Delaunay
Sonia Delauney (1885 –1979)
Desde cedo Sara Élievna Stern (Sônia Delaunay), nascida na Ucrânia em 1885, tem contato com a arte. A partir dos 5 anos vivendo em São Petersburgo, Sonia visitou museus e galerias e a partir daí adquire o gosto pela pintura. Aos 19 anos segue para a Alemanha para estudar na Academia de Belas Artes de Karlsruhe. Durante esses anos, Sonia percebe, como grande parte dos artistas desta época, que é em Paris que está seu futuro, é em Paris que tudo acontece, onde estão ou estiveram grandes mestres.
Encantada com Van Gogh, Gauguin, Matisse e Manet, a influência de grandes pintores como Van Gogh, Gaugin, Matisse e Manetse, são evidentes evidente em telas como:
Deux Filletes Finlandaises: (1907)
Nu Jaune: (1908)
“Jeune Fille endormie” (1907).
Nestes retratos, as cores puras e vibrantes bem como os contrastes fortes já fazem parte das composições e do gosto da jovem artista, que, contudo, ainda está em busca de uma identidade, de um estilo.
Em Paris desde o final de 1906, tudo acontece numa velocidade alucinante. Sonia participa de uma exposição coletiva logo no ano seguinte ao da sua chegada ao lado de Braque, Picasso, Derain e outros. Sua primeira exposição pessoal acontece no ano seguinte, também na mesma galeria da exposição coletiva, a Notre-Dame-des-Champs.
Após um casamento relâmpago com o marchand Wilhelm Uhde, em 1910 Sonia se casa com Robert Delaunay. É ao lado dele, seu marido e companheiro de ofício, que Sonia funda O Simultané, uma nova espécie de arte que fará do casal os pioneiros da abstração.
Durante a Primeira Guerra, o casal visita a Espanha e se instala em Portugal. A cultura, a luz e as cores fortes desses países impregnam o trabalho da artista. É no ritmo da dança dos países ibéricos que os pincéis de Sonia Delaunay vão encontrar o caminho para suas composições dinâmicas e estilizadas. Dançarinos e mercados de rua aparecem em suas telas, nas quais as composições arrendondadas começam a aparecer e dão a nítida sensação de movimentos circulares.
Le Ball Bullier: (1912)
O casal Delaunay viveu na Vila do Conde em Portugal entre o verão de 1915 e inícios de 1917 numa casa que chamaram de “La Simultané” . Esse período que passou em Vila do Conde, foi considerado por Sonia uma fase particularmente feliz e fonte de inspiração. Em Portugal realizou importantes obras inspiradas na arte popular Portuguesa.
Mercado no Minho: (1915)
Depois de um tempo de permanência entre Portugal e Espanha, Sonia Delaunay viveu em Paris a partir de 1921, continuando a pintar até a sua morte, em 1979.
Considerada um dos vultos mais salientes da Art Déco, Sónia Delaunay desenhou moda, fez decoração de teatro e bailado.
Le Coeur á Gas: Peça teatral de Tristan Tzara (1923)
Figurinos para o ballet Cleópatra (1918) produzido pelo bailarino e coreógrafo russo Sergei Diaghilev, e Figurinos do filme Le P’tit Parigot (1926) dirigido por René Le Somptier.
Criou tecidos e peças de mobiliário. Chamou aos seus tecidos pintados à mão “contrastes simultâneos”, expressão que refletia o seu interesse pelas relações cromáticas.
Em uma histórica apresentação em 1979 no programa Saturday Night Live, David Bowie aparece no palco em trajes enigmáticos desenhados por ele próprio e Mark Ravitz, inspirado pela obra Dadaísta de Sonia Delaunay “Le Coeur à Gaz “.Uma espécie de barril rígido em forma de smoking que permitia apenas movimentos robóticos.
Bowie, encantado com as formas de Sonia Delaunay, inspirou todo o figurino de suas duas próximas turnês “Ashes to Ashes” e “Scary Monsters”. É muito fácil perceber essa influência.
Sonia Delaunay tornou-se uma referência eterna para a moda. É o que dá para perceber nos modelos Prada, Missoni, Jean Paul Gaultier entre outros.
A artista em 1977
Algumas de suas grandes obras:
Rythme (1938)
Rythme Couleur (1964)
Obras de Sonia Delaunay estiveram expostas recentemente em uma grande exposição no Musée d’Art Moderne de La Ville de Paris.
Fontes:
- Wikipedia
- Lilian Pacce
- Viagem Certa