O livro de colorir e a Cinderela
Nesses tempos onde as cores se sufocam com fumaças de bombardeios e atentados, nesses tempos em que todos choramos com cada mãe que perde seu filho, nós precisamos de um Jardim.
Eu comprei o “Jardim Secreto”, um livro de colorir.
Quis também doar jardins, onde pessoas que amo, pudessem se afastar por algumas horas do seu cansaço, da sua dor, do momento, do cotidiano.
Também fui ver o filme da Cinderela do século XXI.
E esses meus olhos que já podiam pertencer a uma avó, brilharam e sorriram com todo um encantamento infantil. Borboletas voavam e pousavam em flores, em gente , em sapatos de cristal. Minhas borboletas amadas!
Voltei para os nossos jardins secretos, entrei em todos os castelos, visitei antigos reinos e pedi a benção da fada-madrinha.
A varinha de condão e o seu poder de transformação. Tão fugaz!
Esses meninos, essas meninas que tiveram em seu repertório da infância, histórias como essas e acreditaram nessa ou naquela, viveram encantados.
Crescemos e descobrimos que são histórias, mas de alguma maneira, em algum momento, em alguns meses ou em alguns anos de nossas vidas, também tivemos a oportunidade de vive-las.
Essas lembranças dos tempos de magia permanecem, nos ajudam e nos acalentam em dias da dor, da fumaça, dos tons mais escuros que muitas vezes descem sobre os nossos jardins.
Meus olhos de mulher reconheceram no filme, o penteado da “Sissi, a Imperatriz”, as cenas dos modelos de Renoir, os jardins de Monet e se balançaram com Fragonard.
Pensando melhor, foram os meus olhos de menina que primeiro sorriram diante desses quadros antes mesmo de saber seus nomes.
São as lembranças de princesas e jardins secretos que hoje ainda posso colorir.
2 comments
Ao começar ler O livro de colorir e a Cinderela, estava meio desligada com os problemas ao meu redor. Confesso que tive que reler o começo algumas vezes até ser tomada pelas lembranças que esta mistura de cores e encantos acende no nosso passado enquanto crianças. Me desliguei e mergulhei na leitura e me sentir envolta na paz desta magia que sao os contos que muitas vezes me fezeram dormir no embalo do sono de uma daquelas princesas!
Adorei ler!
Grata querida Claudia!
Vania querida, escrevi tão logo cheguei para não perder a menina que viu o filme, gostaria que conservasse essa espontaneidade. Fico feliz que você, que é querida e sensível, tenha apreciado. Beijos
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