Ouvir e Ver Havana através de Maritza Caneca
O caminho artístico de Maritza Caneca começa nos anos 80 como fotógrafa da Still em filmagens cinematográficas
Eu acredito que quando existe o “olhar poético”, o artista consegue capturar a totalidade de uma cena, de uma narrativa e nos faz sentir e entender, mesmo que seja por fragmentos. Percebe-se em todos os grandes fotógrafos a captura desse momento lírico.
Maritza Caneca o faz e com perfeição!
“No ambiente das filmagens de cinema, durante quase 30 anos, a fotógrafa coexiste, quase que silenciosamente, com a diretora de fotografia. Ao longo dos anos, a fotógrafa se beneficia dos constantes deslocamentos físicos, impostos pela natureza do trabalho em cinema, experimentando seu recorte poético diante de uma gama diversa de locais, histórias, pessoas. Em seus extensos deslocamentos físicos [e poéticos], apreende acasos, e coleciona vestígios, com os quais, expande sua pesquisa e constrói um discurso fotográfico, que ao expandir sentidos, transmuta o ordinário em luz, forma, cor sutilezas e suavidades”
Dia 24 de outubro, Maritza fará uma exposição sobre a série “Dunas” que fez em Jericoacoara, Ceará, na Galeria House of Art, Wynwood, Miami, 415B NW 26th ST.
E entre 2 e 7 de dezembro de 2014, ela volta aos Estados Unidos e expõe na Scope Art Show, feira paralela a Miami Art Basel.
SCOPE RETURNS TO THE SANDS OF MIAMI BEACH
SCOPE Art Show returns to the sands of Miami Beach for its 14th edition, amidst tremendous support from the City of Miami Beach, an unprecedented outpouring of critical acclaim from press, curators and collectors, and a digital and social media outreach campaign that garnered over 90 million impressions.
Agora…….. vamos ouvir e ver Havana através de Maritza Caneca.
Essas fotos foram feitas quando Maritza Caneca foi convidada para integrar o programa “LAACS Travel” ( Latin American and Caribbean Studies).
“Essa empresa tem como objetivo promover a troca cultural entre latinos americanos, artistas cubanos e curadores. Uma experiência única.”
“Havana é incrível.
É difícil acreditar que exista um lugar aonde nada foi reconstruído, tudo permanece da mesma maneira como era há 55 anos.
Tudo é original, o que torna mais bonito ainda de se ver.
Logicamente não se pensa que eles irão conseguir restaurar tudo. Não há nada conservado, mas a marca do tempo vale ouro; mil vezes melhor do que avistar um espigão, vidros espelhados e esquadrilhas de alumínio.” M.C.
” No geral, o povo obedece a uma mesma classe social, são todos pobres, e muito simpáticos, gostam de ser fotografados.
Não se vê turistas nas ruas, o que considero eu, raridade hoje em dia. Não acredito que a população esteja satisfeita com essa ditadura comunista que existe, mas ao mesmo tempo, sinto que nada fazem para mudar” M.C.
“Por muitas vezes, me pego imaginando como era aqui antes da Revolução… As casas ricas ainda são mais bem conservadas que as demais e hoje as mesmas tornaram-se embaixadas. Os carros são sensacionais: antigos e tradicionais. O interessante é que, como não existem mais esses modelos, os cubanos inventam peças para que esses carros continuem a rodar.” M.C.
“Tento sempre conversar com os cubanos para entender o que eles pensam sobre isso tudo.” M.C.
“Tenho fotografado muito, mas se eu pudesse passava o dia inteiro apenas tirando fotos. Um lugar novo e diferente e com um visual que me deixa completamente aguçada” M.C.
“Os encontros com os artistas foram muito bacanas, sempre me fazendo pensar, questionar, buscar e entender. A internet realmente é muito precária, o que nos faz indagar ainda mais sobre esse estilo de vida tão diferente do mundo contemporâneo.
No wifi at all.” M.C.
“Isso é um pouco do que eu observei nesses dias que passei em Havana.
Maritza Caneca”
….e a moda se faz presente também.